25.1.11

ΚΕΡΙΑ

Dimitris Yeros (Grécia)

VELAS

Os dias do futuro erguem-se diante de nós
como uma série de pequenas velas acesas -
pequenas velas douradas, quentes e vivas.

Os dias passados ficam atrás,
uma triste fileira de velas apagadas;
as mais próximas ainda exalam fumaça,
velas frias, derretidas e recurvadas.

Não quero vê-las; entristece-me seu aspecto,
e entristece-me lembrar seu primeiro clarão.
Adiante contemplo minhas velas acesas.

Não quero voltar-me para não ver, apavorado,
com que rapidez a sombria fileira se alonga,
com que rapidez se multiplicam as velas apagadas.

Poemas de K. Kaváfis (Odysseus, 2006)
Tradução: Ísis Borges da Fonseca


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1899

10.1.11

ΕΤΣΙ

Dimitris Yeros (Grécia)

Assim

Nessa fotografia indecente que ás escondidas
na rua (para o policial não ver) foi vendida,
nessa fotografia pornográfica,
como se achou tal rosto
onírico; como te achaste aqui.

Quem sabe que vida degrdante, sórdida debes viver;
que abominável seria o ambiente
quando posaste para te fotografarem;
que alma vil será a tua.
Mas com tudo isso, e mais, fica para mim,
como o rosto onírico, o sembante
criado e entregue ao prazer grego-
assim ficas para mim e de ti diz minha poesia.

Konstantinos Kaváfis Os poemas (1920-1925) [Edições Nefelibata, 2006]
Tradução de Roger Sulis, Marcelo Jolkesky e Apóstolo Nicolacópulos
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