25.5.08

ΤΟ ΤΡΙΤΟ ΣΤΕΦΑΝΙ

Image Hosted by ImageShack.us
.
Mulheres que dizem sim
O silêncio se revela mais injusto na leitura de A terceira grinalda, de Kostas Taxtsis. Lançado na década de 60 em seu país e com traduções para nove idiomas, só recentemente a obra ganhou uma versão para o português, feita por Cristiano Amaral, que também assina o prefácio. A publicação é da Odysseus - editora que, como sugere o nome, dedica seu catálogo a obras relacionadas à filosofia e literatura gregas.
Taxtsis era um homem habituado a textos densos, ficou famoso em seu país por traduzir clássicos da filosofia para o grego moderno, em especial obras de Aristófanes. Mas A terceira grinalda é um romance narrado com tamanha fluidez que suas mais de 400 páginas passam despercebidas. O tom coloquial e despretensioso, porém, disfarça uma obra complexa e historicamente rica.
Através de uma divisão rigorosa em capítulos e partes, o autor consegue ordenar com precisão o vaivém caótico das memórias de suas personagens. Alem disso, apresenta um rico registro da vida das famílias da pequena burguesia grega do início do século passado - período politicamente conturbado no país. A Grécia atravessou uma ditadura militar e chegou a ser invadida pelos alemães durante a Segunda Guerra.
A narradora-personagem é Nina, que desfia um rosário das desgraças que já lhe aconteceram - o primeiro marido era homossexual e a traiu com o irmão, o segundo a deixou viúva em meio à ocupação alemã, ela vive em pé-de-guerra com a filha, que, em suas palavras, é “"tão inútil a ponto de não conseguir achar sozinha um noivo”". Poucas são as páginas em que Nina não aproveita para espinafrar a moça.
As lembranças de Nina nos conduzem à vizinha Dona Hécabe, que também é movida a confusão. O filho caçula é um encrenqueiro e, vira-e-mexe, está preso. Tudo o que ela quer é que ele se case - mas coitadas das noras! O mais velho, com quem Nina vem a se casar pela terceira vez (depois da morte de Hécabe), não toma conhecimento da família; as filhas comem o pão que o diabo amassou nas mãos da mãe, que chega a seqüestrar o próprio neto, para afastá-lo da “"filha desmiolada”".
O tom tragicômico que as duas imprimem ao relato é uma das delícias do livro. Não à toa, elas se tornam grandes amigas. O texto encanta por apresentar pequenas ocorrências do dia-a-dia de modo absolutamente detalhado - o cotidiano ganha mais importância do que fatos importantes que marcaram a história grega, como as guerras mundiais, narradas apenas na medida em que afetam pessoalmente suas vidas.
É assim que Taxtsis, nas palavras de Cristiano Amaral, “"faz ecoar a voz estereotipada de tantas e tantas mulheres gregas da pequena burguesia da época”". Mulheres como as personagens alimentam o machismo e os mitos de valentia e masculinidade gregos. Um exemplo é a concepção de casamento da época, considerado, a um só tempo, a única realização importante na vida de uma mulher e uma alavanca social. De grinalda em grinalda, viviam Nina e as mulheres do seu tempo.
Taxtsis, foi militante na resistência à ditadura instalada em seu país em 1967, e assinou manifestos públicos contra a censura. A terceira grinalda serviu de base para um seriado da tevê grega três décadas depois de lançado, na década de 90. Ele morreu em 1988, assassinado em circunstâncias não-esclarecidas na cidade de Atenas. (Folha da Bahia)
***
FICHA
Livro: A terceira grinalda
Autor: Kostas Taxtsis
Tradução: Cristiano Amaral
Editora: Odysseus

10.5.08

Η ΛΕΣΒΟΣ ΚΑΙ ΟΙ ΛΕΣΒΙΕΣ

Image Hosted by ImageShack.us
.
LESBOS CONTRA AS LÉSBICAS!
Moradores de Lesbos ( Grécia) vão á justiça.
Três moradores da ilha de Lesbos, na Grécia, entraram com uma ação contra a Comunidade Gay e Lésbica da Grécia para proibir o uso da palavra lésbica por mulheres homossexuais. A justificativa apresentada é a de que a palavra também é usada para definir quem nasce na ilha.
Na ação, os ilhéus acusam a entidade de "insultar a identidade" dos moradores de Lesbos ao relacionar a palavra "lésbica" com a homossexualidade. A ilha foi a morada da poetisa Sappho, que pregava o amor entre mulheres.
"Minha irmã não pode dizer que ela é uma lésbica" disse Dimitris Lambrou uma das que entrou com a ação. "Nosso nome tem sido usurpado por mulheres que não tem nenhuma relação com Lesbos" ressaltou ainda.
Apesar da polêmica, a ilha tornou-se o destino turístico de centenas de mulheres lésbicas. Além das belezas naturais, elas visitam o lugar por conta da história da poetisa Sappho. "Não estamos praticando uma agressão contra as mulheres lésbicas" disse ainda Lambrou. "Deixem que elas visitem Lesbos e se casem do jeito que elas quiserem. Nós queremos apenas o fim do uso da palavra lésbica da definição de mulher gay" ressaltou.
Sappho viveu na ilha entre os anos 6 e 7 antes de Cristio e é considerada uma das maiores poetisas da antiguidade. Muitos dos seus poemas, escritos na primeira pessoa, contém referências passionais de amor por outras mulheres.
Related Posts with Thumbnails